PROJETO DE LEITURA FAZENDO CONTADORES
DE HISTÓRIAS ENCANTADAS
JUSTIFICATIVA
O
Projeto de Leitura Fazendo Contadores de Histórias Encantadas é uma ação
educativa dirigida aos alunos do 5º ano da Escola municipal de ensino
Fundamental Severino Ramos da Nóbrega – Picuí – Paraíba, para que se aproximem
do universo encantado, possibilitando a aprendizagem de novas competências
lingüísticas. Ao longo do percurso proposto, as crianças terão diferentes
oportunidades de ouvir, ler, escrever, contar, produzir e reproduzir histórias,
que as ajudarão a revelar os segredos de cada história.
A
arte de contar histórias é uma prática milenar que teve seu início desde os
primórdios da humanidade por meio da tradição oral. Essa arte do contar e
recontar história, desperta o interesse pela leitura e estimula a imaginação
através da construção de imagens interiores. Narrar uma história será sempre um
exercício de renovação da vida, um encontro com o imaginário e o desafio de criar
condições de aprendizagem para que a leitura e escrita sejam prazerosas,
melhorando significativamente a qualidade e a equidade da aprendizagem. Com
este enfoque construtivista os alunos aprendem através da interação, da troca
de experiências, sendo o professor um mediador e facilitador do processo de
aprendizagem.
O desenvolvimento do projeto depende do
domínio que desenvolvem e o que significam para eles. Por isso, é importante
valorizar a tempestade de idéias, na
qual eles trazem o que querem aprender, o que dá sentido ao aprendizado para os
alunos, tornando-os interessados, e sentindo-se capazes de realizar, o que
propicia a sede da busca.
DESENVOLVIMENTO DO
PROJETO
O projeto iniciou-se no mês de abril do
ano de 2010 com uma turma de alunos de 5° ano na faixa etária de 9 a 11 anos,
durante uma roda da conversa para levantamento do que gostariam de aprender
durante o ano. Um dos itens levantado foi ouvir e contar histórias.
A próxima etapa foi discutir como iríamos
realizar esse projeto, como seria chamado, o que iríamos precisar e a função e
responsabilidade de cada um dentro do grupo.
Para a criação do nome do projeto os
alunos foram falando as idéias e no final, foi realizada uma votação para a
escolha do título do projeto que ficou decidido: “Fazendo contadores de
história”. Depois do nome escolhido a classe decidiu que vários tipos de textos
seriam estudados como: fábulas, contos, histórias de terror, lendas, histórias
em quadrinhos e outros; concluiu-se, assim, que para trabalharmos com esse
projeto teríamos que ler muito, pesquisar recursos e materiais para utilizar na
contação de histórias, além de reescrever as histórias e registrar no caderno.
Iniciou-se, então, o trabalho com a bolsa de
leitura, que exigia a responsabilidade de levar para casa e trazer no dia
seguinte (tal estratégia já havia sido utilizada no ano de 2009 com outra turma
do 5º ano da qual cinco alunos continuaram com o Projeto Contadores de
Historias até hoje, tendo sido obtidos excelentes resultados naquela ocasião).
Dessa forma, foi confeccionada uma bolsa, um caderno decorado para as fichas de
leituras e foram criadas as regras para a bolsa. Ficou também decidido que a
escolha do aluno a levar diariamente seria através de sorteio e o aluno teria
que escolher um livro que no final da leitura completaria uma ficha de leitura
com o título, autor, ilustrador, comentário da história e finalmente, além socializar a história com a família e
com os colegas da classe no dia seguinte. E a bolsa de leitura se transformou numa
ferramenta diária levada por todos.
Todos os dias antes de
realizar qualquer outra atividade era feita uma leitura para a classe ora pela
professora, ora por um dos alunos. Isso aconteceu desde o início do projeto.
Muitas dessas histórias eram lidas apenas por prazer; outras eram trabalhadas e
exploradas com preenchimento de ficha de leitura, com atividades direcionadas e
sistematizadas e até algumas escolhidas pelos alunos para estudar, recontar ou
reescrever.
Com
o preenchimento da ficha percebemos a melhora na escrita dos alunos com um vocabulário
mais rico além de conseguir expressar o
sentimento sobre a história lida ou ouvida através da escrita.
Outro grande momento do projeto foi o
trabalho realizado com fábulas. Foram lidas diversas fábulas pela professora e
pelos alunos que também traziam materiais de casa como: livros e textos que
continham fábulas, e pesquisavam diversas versões como do nosso escritor
brasileiro Monteiro Lobato. Durante esse processo foi feita a reescrita de
fábulas, a produção de cartazes, ilustrações utilizando recursos diversos, tais
como dobraduras, exposição no mural, além de reconto utilizando recursos como
fantoche, caixas e objetos. A correção foi realizada ora com intervenções
individuais ora coletivamente; houve, inclusive, momentos em que foi escolhida
uma das fábulas produzidas, e copiada em
cartaz exatamente da maneira que havia sido produzida pelo aluno com intuito de
explorar as questões de ortografia, pontuação, coesão e outros. Depois das
fábulas prontas os alunos liam para a turma e anexavam no mural da classe.
Durante
o trabalho com fábulas, trouxemos uma atividade para trabalhar com a fábula “A
lebre e a tartaruga”, que consistiu em, após ouvir a história, os alunos teriam
que transformar o texto narrativo em uma história em quadrinhos. Para isso,
inicialmente foi trabalhado com os alunos o que e como são as histórias em
quadrinhos, as características e expressões dos personagens, onomatopéias, o
tamanho dos textos.
Houve muitos momentos de leitura, nos quais
cada aluno escolhia o que gostaria de ler na classe, além de ter a oportunidade
de levar para casa. Muitos solicitavam para ficar mais dias com os gibis em
casa, pois todos da família gostariam de estar lendo. Este estímulo resultou em
um maior interesse por leitura e até na mudança de atitude em relação de
leitura.
Surgiu
então a idéia de criar uma forma de divulgar os trabalhos. Foi dada a partida,
na sala de Informática com a abertura de contas de e-mail para todos os alunos
que publicavam seus textos e comentavam os textos dos demais alunos. Foi um
momento cheio de aprendizagem, Atualmente, entrar na internet, digitar o
endereço eletrônico, além de já saberem o que querem escrever de comentários.
Isso ajudou muito na leitura e escrita, principalmente ortografia, coesão,
pontuação, início com letra maiúscula ou nome próprio, entre outros.
Durante
muitos meses estudamos textos de histórias infantis (clássicos) e a peça
teatral Chapeuzinho Vermelho Versão de
Maria Clara Machado para apresentar na feira cultural de nossa escola. Os
alunos foram convidados a estarem apresentando suas histórias para outras
classes da escola e em outros locais, como: no Centro de Educação Infantil
Marta Maria de Medeiros Casado, na Semana Pedagógica do município, participação
na Feira Cultural do Instituto Federal da Paraíba – Campus Picuí e na Mostra de
Leitura das Escolas Públicas. Foi um grande sucesso! Contaram suas histórias,
mostram-se confiantes e bem comunicativos. Tem sido muito gratificante ver as
mudanças que vêm ocorrendo por conta desse projeto: os alunos tomaram
consciência do quanto sabem e passaram a participar e envolver-se com todas as
atividades proposta com muita responsabilidade e dedicação.
Durante
o desenvolvimento do projeto os alunos tiveram a idéia de colocar vídeos das
histórias; com isso ficou decidido filmar, assistir primeiro e verificar o que
precisaria mudar. Foi necessário realizar diversas vezes a filmagem pelas
questões de tom de voz (falar baixo), alguns grupos quiseram mudar as funções
dos componentes, falas importantes da história que haviam sido esquecidas. Portanto,
foram capazes de avaliar a si e aos colegas confrontando, defendendo e até
aceitando idéias, observando com isso o desenvolvimento de suas competências.
RESULTADOS
O
desenvolvimento do projeto trouxe aprendizagem a todos. Foi uma experiência de
aprendizagem significativa, na qual, os
alunos participaram efetivamente desde o início da organização do
projeto sendo que a leitura e a escrita fizeram parte do dia a dia do projeto
na busca de informações, registros e divulgações.
A
partir do trabalho com o projeto, pude observar o enriquecimento das interações
entre os alunos, melhora no comportamento, na linguagem oral e de expressão; na
qualidade da argumentação, bem como evoluções em todos os aspectos da linguagem
leitura e escrita.
Por
meio das oportunidades que surgiram durante o projeto, os alunos puderam
vivenciar diferentes situações envolvendo a linguagem oral, leitura e escrita
e, desta forma, compreender a importância desses aspectos tanto dentro quanto
fora da escola, havendo maior interesse.
Esse
projeto possibilitou o desenvolvimento a imaginação, auxiliou as crianças a
organizarem o discurso, através da coerência e da normalidade, além da
segurança, passaram a se interessar mais pela leitura, nos seus diversos
estilos. Enfim, conseguiram desenvolver-se pessoalmente apresentando maior
independência, iniciativa, grande respeito pelos colegas com espírito de
solidariedade e cooperação, autoconfiança, criticidade, além do grande
enriquecimento do vocabulário, interesse por ler e compreender dentro e fora da
escola e produzir não só para eles como para divulgar e registrar o que já
sabem.
Concluo
que o meu principal objetivo foi alcançado, pois pude perceber a evolução dos
alunos. Pude sentir como as crianças foram tendo oportunidade de pensar,
perguntar quando surgiam dúvidas na leitura, na pesquisa, contação de história
e na escrita espontânea. Percebi meus alunos descobrindo o novo, independente
de qualquer seqüência planejada.
Hoje concluímos o projeto, mas ainda temos muito a
fazer; estamos buscando aprimorar “Um projeto educativo comprometido com a democratização
social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a
todos os seus alunos acesso aos saberes lingüísticos necessários para o
exercício da cidadania, direito inalienável de
todos” ( Brasil, PCN,
1997)
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
livros
variados de Histórias infantis
BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. MEC.
Parâmetros
Curriculares
Nacionais.
FERREIRO, E. Com Todas as Letras. 4 ed. São
Paulo: Cortez, 1993.
FUNDAÇÃO
VICTOR CIVITA. Ofício do professor. Aprender mais para ensinar
melhor.
Ed. Abril 2002. Vol 3 / Leitura e Escrita.
JOLIBERT,
J. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
LEAL,
T.F e BRANDÃO, A.C.P. (org). Produção de textos na escola: reflexões
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