terça-feira, 9 de outubro de 2012

PROJETO FAZENDO CONTADORES DE HISTÓRIA ENCANTADAS


http://www.qdivertido.com.br/joaomaria.gifPROJETO DE LEITURA FAZENDO CONTADORES DE HISTÓRIAS ENCANTADAS
JUSTIFICATIVA
O Projeto de Leitura Fazendo Contadores de Histórias Encantadas é uma ação educativa dirigida aos alunos do 5º ano da Escola municipal de ensino Fundamental Severino Ramos da Nóbrega – Picuí – Paraíba, para que se aproximem do universo encantado, possibilitando a aprendizagem de novas competências lingüísticas. Ao longo do percurso proposto, as crianças terão diferentes oportunidades de ouvir, ler, escrever, contar, produzir e reproduzir histórias, que as ajudarão a revelar os segredos de cada história.
A arte de contar histórias é uma prática milenar que teve seu início desde os primórdios da humanidade por meio da tradição oral. Essa arte do contar e recontar história, desperta o interesse pela leitura e estimula a imaginação através da construção de imagens interiores. Narrar uma história será sempre um exercício de renovação da vida, um encontro com o imaginário e o desafio de criar condições de aprendizagem para que a leitura e escrita sejam prazerosas, melhorando significativamente a qualidade e a equidade da aprendizagem. Com este enfoque construtivista os alunos aprendem através da interação, da troca de experiências, sendo o professor um mediador e facilitador do processo de aprendizagem.
      O desenvolvimento do projeto depende do domínio que desenvolvem e o que significam para eles. Por isso, é importante valorizar  a tempestade de idéias, na qual eles trazem o que querem aprender, o que dá sentido ao aprendizado para os alunos, tornando-os interessados, e sentindo-se capazes de realizar, o que propicia a sede da busca.    

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

      O projeto iniciou-se no mês de abril do ano de 2010 com uma turma de alunos de 5° ano na faixa etária de 9 a 11 anos, durante uma roda da conversa para levantamento do que gostariam de aprender durante o ano. Um dos itens levantado foi ouvir e contar histórias.
      A próxima etapa foi discutir como iríamos realizar esse projeto, como seria chamado, o que iríamos precisar e a função e responsabilidade de cada um dentro do grupo.
      Para a criação do nome do projeto os alunos foram falando as idéias e no final, foi realizada uma votação para a escolha do título do projeto que ficou decidido: “Fazendo contadores de história”. Depois do nome escolhido a classe decidiu que vários tipos de textos seriam estudados como: fábulas, contos, histórias de terror, lendas, histórias em quadrinhos e outros; concluiu-se, assim, que para trabalharmos com esse projeto teríamos que ler muito, pesquisar recursos e materiais para utilizar na contação de histórias, além de reescrever as histórias e registrar  no caderno.
 Iniciou-se, então, o trabalho com a bolsa de leitura, que exigia a responsabilidade de levar para casa e trazer no dia seguinte (tal estratégia já havia sido utilizada no ano de 2009 com outra turma do 5º ano da qual cinco alunos continuaram com o Projeto Contadores de Historias até hoje, tendo sido obtidos excelentes resultados naquela ocasião). Dessa forma, foi confeccionada uma bolsa, um caderno decorado para as fichas de leituras e foram criadas as regras para a bolsa. Ficou também decidido que a escolha do aluno a levar diariamente seria através de sorteio e o aluno teria que escolher um livro que no final da leitura completaria uma ficha de leitura com o título, autor, ilustrador, comentário da história e finalmente,  além socializar a história com a família e com os colegas da classe no dia seguinte. E a bolsa de leitura se transformou numa ferramenta diária levada por todos.
Todos os dias antes de realizar qualquer outra atividade era feita uma leitura para a classe ora pela professora, ora por um dos alunos. Isso aconteceu desde o início do projeto. Muitas dessas histórias eram lidas apenas por prazer; outras eram trabalhadas e exploradas com preenchimento de ficha de leitura, com atividades direcionadas e sistematizadas e até algumas escolhidas pelos alunos para estudar, recontar ou reescrever.
Com o preenchimento da ficha percebemos a melhora na escrita dos alunos com um vocabulário mais rico  além de conseguir expressar o sentimento sobre a história lida ou ouvida através da escrita.
     Outro grande momento do projeto foi o trabalho realizado com fábulas. Foram lidas diversas fábulas pela professora e pelos alunos que também traziam materiais de casa como: livros e textos que continham fábulas, e pesquisavam diversas versões como do nosso escritor brasileiro Monteiro Lobato. Durante esse processo foi feita a reescrita de fábulas, a produção de cartazes, ilustrações utilizando recursos diversos, tais como dobraduras, exposição no mural, além de reconto utilizando recursos como fantoche, caixas e objetos. A correção foi realizada ora com intervenções individuais ora coletivamente; houve, inclusive, momentos em que foi escolhida uma das fábulas produzidas, e copiada  em cartaz exatamente da maneira que havia sido produzida pelo aluno com intuito de explorar as questões de ortografia, pontuação, coesão e outros. Depois das fábulas prontas os alunos liam para a turma e anexavam no mural da classe.
Durante o trabalho com fábulas, trouxemos uma atividade para trabalhar com a fábula “A lebre e a tartaruga”, que consistiu em, após ouvir a história, os alunos teriam que transformar o texto narrativo em uma história em quadrinhos. Para isso, inicialmente foi trabalhado com os alunos o que e como são as histórias em quadrinhos, as características e expressões dos personagens, onomatopéias, o tamanho dos textos.
 Houve muitos momentos de leitura, nos quais cada aluno escolhia o que gostaria de ler na classe, além de ter a oportunidade de levar para casa. Muitos solicitavam para ficar mais dias com os gibis em casa, pois todos da família gostariam de estar lendo. Este estímulo resultou em um maior interesse por leitura e até na mudança de atitude em relação de leitura.
Surgiu então a idéia de criar uma forma de divulgar os trabalhos. Foi dada a partida, na sala de Informática com a abertura de contas de e-mail para todos os alunos que publicavam seus textos e comentavam os textos dos demais alunos. Foi um momento cheio de aprendizagem, Atualmente, entrar na internet, digitar o endereço eletrônico, além de já saberem o que querem escrever de comentários. Isso ajudou muito na leitura e escrita, principalmente ortografia, coesão, pontuação, início com letra maiúscula ou nome próprio, entre outros.
Durante muitos meses estudamos textos de histórias infantis (clássicos) e a peça teatral Chapeuzinho Vermelho  Versão de Maria Clara Machado para apresentar na feira cultural de nossa escola. Os alunos foram convidados a estarem apresentando suas histórias para outras classes da escola e em outros locais, como: no Centro de Educação Infantil Marta Maria de Medeiros Casado, na Semana Pedagógica do município, participação na Feira Cultural do Instituto Federal da Paraíba – Campus Picuí e na Mostra de Leitura das Escolas Públicas. Foi um grande sucesso! Contaram suas histórias, mostram-se confiantes e bem comunicativos. Tem sido muito gratificante ver as mudanças que vêm ocorrendo por conta desse projeto: os alunos tomaram consciência do quanto sabem e passaram a participar e envolver-se com todas as atividades proposta com muita responsabilidade e dedicação.
Durante o desenvolvimento do projeto os alunos tiveram a idéia de colocar vídeos das histórias; com isso ficou decidido filmar, assistir primeiro e verificar o que precisaria mudar. Foi necessário realizar diversas vezes a filmagem pelas questões de tom de voz (falar baixo), alguns grupos quiseram mudar as funções dos componentes, falas importantes da história que haviam sido esquecidas. Portanto, foram capazes de avaliar a si e aos colegas confrontando, defendendo e até aceitando idéias, observando com isso o desenvolvimento de suas competências.
RESULTADOS
O desenvolvimento do projeto trouxe aprendizagem a todos. Foi uma experiência de aprendizagem significativa, na qual, os  alunos participaram efetivamente desde o início da organização do projeto sendo que a leitura e a escrita fizeram parte do dia a dia do projeto na busca de informações, registros e divulgações.
A partir do trabalho com o projeto, pude observar o enriquecimento das interações entre os alunos, melhora no comportamento, na linguagem oral e de expressão; na qualidade da argumentação, bem como evoluções em todos os aspectos da linguagem leitura e escrita.
Por meio das oportunidades que surgiram durante o projeto, os alunos puderam vivenciar diferentes situações envolvendo a linguagem oral, leitura e escrita e, desta forma, compreender a importância desses aspectos tanto dentro quanto fora da escola, havendo maior interesse.
Esse projeto possibilitou o desenvolvimento a imaginação, auxiliou as crianças a organizarem o discurso, através da coerência e da normalidade, além da segurança, passaram a se interessar mais pela leitura, nos seus diversos estilos. Enfim, conseguiram desenvolver-se pessoalmente apresentando maior independência, iniciativa, grande respeito pelos colegas com espírito de solidariedade e cooperação, autoconfiança, criticidade, além do grande enriquecimento do vocabulário, interesse por ler e compreender dentro e fora da escola e produzir não só para eles como para divulgar e registrar o que já sabem.
Concluo que o meu principal objetivo foi alcançado, pois pude perceber a evolução dos alunos. Pude sentir como as crianças foram tendo oportunidade de pensar, perguntar quando surgiam dúvidas na leitura, na pesquisa, contação de história e na escrita espontânea. Percebi meus alunos descobrindo o novo, independente de qualquer seqüência planejada.
Hoje  concluímos o projeto, mas ainda temos muito a fazer; estamos buscando aprimorar “Um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos acesso aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de
todos” ( Brasil, PCN, 1997)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

livros variados de Histórias infantis
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. MEC.  Parâmetros                      
Curriculares Nacionais.
 FERREIRO, E. Com Todas as Letras. 4 ed. São Paulo: Cortez, 1993.
FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA. Ofício do professor. Aprender mais para ensinar
melhor. Ed. Abril 2002. Vol 3 / Leitura e Escrita.
JOLIBERT, J. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
LEAL, T.F e BRANDÃO, A.C.P. (org). Produção de textos na escola: reflexões 

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