(retirada do livro Chapeuzinhos Coloridos de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, Adaptação Fabiana Daliark da Silva Casado)
PERSONAGENS:
* Chapeuzinho Branco
* mãe de Chapeuzinho
* avó de Chapeuzinho
* lobo
* caçador
*narrador
(Essa história é um pouco diferente a história da chapeuzinho Vermelho que todos conhecem)
CHAPEUZINHO BRANCO
( Chapeuzinho entra e fica
brincando com as flores, animais ...)
Era uma
vez, numa pequena vila, perto de uma floresta, morava uma menina de olhos e cabelos claros.
Chapeuzinho: Oh
que dia lindo! Que solzinho mais quentinho! E essas flores lindas!
Todos
gostavam muito dela, e sua avó mais ainda, de modo que decidiu-lhe fazer uma
capinha com capuz branco e a menina estava sempre com ela, fosse brincar ou
para limpar a lápide de seu pai que havia morrido recentemente. Por conta de
seu capuz, todos começaram a chama-la de
CHAPEUZINHO BRANCO.
Um dia,
sua mãe lhe disse: (entra a mãe de avental com cestinho na mão)
Mãe: Chapeuzinho, leve esses suspiros para a sua
avó, que vive lá no meio da floresta. Ela está sempre sozinha, nunca ninguém vai
visita-la e isso vai fazer com que ela se sinta melhor.
Chapeuzinho: Pode deixar, mamãe,
vou levar essas coisas para minha solitária vovozinha.
Então
a menina pegou a cestinha, deu um beijo na mãe e partiu.
No caminho
ela cantava assim:
“Pela estrada afora
Eu vou tão tristinha,
Não tenho mais pai
Sou uma orfãzinha.”
Quando
foi entrando na floresta, de repente, o lobo saiu de tras de uma moita. (entra
o lobo)
Lobo: bom dia, menina do
chapeuzinho branco!
Chapeuzinho: bom dia, senhor.
Lobo: O que você está
trazendo nesta cesta?
Chapeuzinho: Suspiros!
Lobo: para mim?
Chapeuzinho: Não. Sinto muito
estou levando essas coisas para a minha avó, que vive lá no meio da floresta.
Então o lobo pensou:
Lobo: Ah, como é dura a vida
de um lobo solitário... Estou tão sozinho que, só para passar o tempo, sou
capaz de comer a avó dessa menina, a menina e os suspiros de sobremesa.
Então o lobo teve uma ideia:
Lobo: Está vendo aquela
trilha? Também vai até a casa de sua avó. É um pouco mais comprida, mas tem um
monte de crianças brincando por lá. Por que você não segue por ali?
Chapeuzinho:
que grande ideia, senhor. Vou fazer isso mesmo!
Assim
chapeuzinho pegou o outro caminho. Só que lá não havia meninas nem meninos. Ela
olhou atrás das moitas, em cima das árvores, mas não viu ninguém.
Chapeuzinho: onde
estão as crianças que o senhor disse que havia neste lugar? Onde? Onde? Onde? (sai
e entra o lobo)
Enquanto isso, o lobo foi pelo
caminho mais curto até a casa da avó. Quando chegou lá bateu na porta:
Lobo: TOC, TOC, TOC!
Vovó:
quem bate!
Lobo: Ahan! Sou eu, sua netinha! Vim trazer suspiros para
a senhora.
A vovó
se levantou, calçou suas sandálias e abriu a porta. Quando ela viu que era o
lobo e não a chapeuzinho quem estava lá, não se importou. Pois como vivia tão sozinha
e esquecida achou bom ter alguma companhia.
Vovó:
Ah, e você lobo! Que bom que você veio me visitar. Vivo tão sozinha que apesar
de saber que veio me devorar, terei
companhia por um breve instante.
E de fato foi um breve instante, porque o
faminto lobo saltou sobre ela e a devorou antes que ela o convidasse para um
chá.
Depois
de um pequeno soluço, o lobo disfarçou-se de vovó e deitou na cama para esperar
chapeuzinho.
A menina,
vinha bem devagar pela mata, colhendo flores, escutando os pássaros, brincando
com os esquilos, bebendo agua das fontes e cantando sua música:
“Pela estrada afora
Eu vou tão tristinha,
Não tenho mais pai
Sou uma orfãzinha.”
Finalmente,
quando chegou a casa da avó, ela bateu na porta:
Chapeuzinho: TOC, TOC, TOC!
Lobo: Quem bate?
Chapeuzinho: Sou eu, sua netinha.
Lobo: entre minha netinha
querida. Eu não via a hora de você chegar.
Chapeuzinho abriu a porta lentamente e foi até
a cama da avó. O lobo estava embaixo das cobertas e usando a toca, de modo que
só se podia ver um pouco de sua cara. A menina percebendo que havia alguma
coisa esquisita no ar, perguntou:
Chapeuzinho: Por que você tem
orelhas tão grandes?
Lobo: são para escutar as
vozes dos amigos.
Chapeuzinho: E esses olhos tão
grandes?
Lobo: são para ver as
pessoas.
Chapeuzinho: E essas mãos tão
grandes?
Lobo: são para abraçar as
visitas.
Chapeuzinho: E esse nariz tão
grande?
Lobo: é para sentir o cheiro
dos outros.
Chapeuzinho: E essa boca tão
grande? (dizendo isso, ela se afasta e se levanta, e o lobo fica sentado)
Lobo: bem, podia ser para
conversar, mas vai ser para te comer mesmo!
E
dizendo isso, o lobo fica em pé sobre a cama e prepara-se para saltar sobre a
menina, quando ergue a mão e diz:
Chapeuzinho: Quero que o senhor saiba que eu não me importo
de morrer, porque sou uma menina muito triste, pois amava o meu paizinho e ele
morreu.
O lobo,
que era muito emotivo, não esperava ouvir aquilo e...
Lobo: AHHHHHHHH! Que tristeza! Que lamentável!!!
Ahhhhhhh! Pobre menina órfã! Ahhhhhhhhh!
A menina também ficou emocionada e poz a
soluçar junto com o lobo.
O caçador
que ia passando por ali escutou aquela choradeira e resolveu dar uma olhada.
Quando
abriu a porta e viu o lobo e a chapeuzinho chorando, ele colocou balas na sua
espinguarda e apontou para o lobo. Mas quando ia atirar, chegou a mãe de
chapeuzinho.
Caçador e Mãe: Ohhhhhhhhhhhhhhhh
(trocam um olhar como se já se conhece de algum lugar)
Ele baixou
a arma e perguntou:
Caçador:
Minha senhora, por acaso, nos tempos de menina, você não morava numa casinha lá
no alto da serra?
Mãe: sim!
Caçador:
Pois eu era seu vizinho.
Mãe: ASTOLFO?
Caçador:
Eu mesmo.
Mãe: Puxa quanto tempo! Como é
que me reconheceu?
Caçador:
Na verdade eu nunca te esqueci. Confesso que eu era apaixonado por você.
Mãe: Assim você me deixa
encabulada... mas devo confessar que eu também tinha uma “quedinha” por você.
Caçador:
o que aconteceu com você?
Mãe: Eu me casei e tive essa
bela menina. Mas o pai dela morreu... sabe?
Caçador:
quer dizer que você está livre, quer dizer, viúva?
Mãe: sim, sim, sim!
E os dois estavam no maior bate-papo quando a
avó gritou lá de dentro da barriga do lobo:
Vovó:
Me tirem daqui!
Caçador:
Voce nã se importa se eu tirar a vovó de dentro da barriga do lobo?
Mãe: Não. Vá em frente!
Aí o
caçador apertou a barriga do lobo com força e a vovó saiu de lá num pulo
Vovó:
muito obrigada senhor caçador. O senhor salvou a minha vida! Se bem que a minha
vida é tão solitária...
Caçador:
sua vida não será mais solitária, minha senhora. Pois eu vou pedir a mãe de sua
filha em casamento e se ela aceitar, nós vamos morar todos juntos.
Mãe: Pois eu aceito!!!!
Chapeuzinho: que bom! Agora vocês
tem um ao outro, vovó tem companhia e eu tenho um pai!! Mas e o lobo?
Lobo: Tambem estou cansado de
ser um lobo solitário. Que tal se vocês me adotassem como lobo de estimação?
(todos se abraçam alegres)
E assim
todos ficaram felizes para sempre.
O caçador
e a mãe de chapeuzinho porque se cassaram.
A vovó
porque passou a ter companhia.
O lobo
porque deixou de ser solitário
E a
chapeuzinho branco porque aprendeu uma lição:
Chapeuzinho:
NINGUEM GOSTA DE FICAR SOZINHO!!!
FIM
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