terça-feira, 28 de outubro de 2014

PEÇA TEATRAL : CHAPEUZINHO BRANCO


(retirada do livro Chapeuzinhos Coloridos de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, Adaptação Fabiana Daliark da Silva Casado)

 PERSONAGENS:
* Chapeuzinho Branco
* mãe de Chapeuzinho
* avó  de Chapeuzinho
* lobo
* caçador
*narrador
(Essa história é um pouco diferente a história da chapeuzinho Vermelho que todos conhecem)

CHAPEUZINHO BRANCO

( Chapeuzinho entra e fica brincando com as flores, animais ...)
                Era uma vez, numa pequena vila, perto de uma floresta, morava  uma menina de olhos e cabelos claros.
Chapeuzinho:  Oh que dia lindo! Que solzinho mais quentinho! E essas  flores lindas!
                Todos gostavam muito dela, e sua avó mais ainda, de modo que decidiu-lhe fazer uma capinha com capuz branco e a menina estava sempre com ela, fosse brincar ou para limpar a lápide de seu pai que havia morrido recentemente. Por conta de seu capuz, todos  começaram a chama-la de CHAPEUZINHO BRANCO.
                Um dia, sua mãe lhe disse:  (entra a mãe de avental com cestinho na mão)
Mãe:  Chapeuzinho, leve esses suspiros para a sua avó, que vive lá no meio da floresta. Ela está sempre sozinha, nunca ninguém vai visita-la e isso vai fazer com que ela se sinta melhor.
Chapeuzinho: Pode deixar, mamãe, vou levar essas coisas para minha solitária vovozinha.
                Então a menina pegou a cestinha, deu um beijo na mãe e partiu.
                No caminho ela cantava assim:
Pela estrada afora
Eu vou tão tristinha,
Não tenho mais pai
Sou uma orfãzinha.”
                Quando foi entrando na floresta, de repente, o lobo saiu de tras de uma moita. (entra o lobo)
Lobo: bom dia, menina do chapeuzinho branco!
Chapeuzinho:  bom dia, senhor.
Lobo: O que você está trazendo nesta cesta?
Chapeuzinho:  Suspiros!
Lobo: para mim?
Chapeuzinho: Não. Sinto muito estou levando essas coisas para a minha avó, que vive lá no meio da floresta.
                Então o lobo pensou:
Lobo: Ah, como é dura a vida de um lobo solitário... Estou tão sozinho que, só para passar o tempo, sou capaz de comer a avó dessa menina, a menina e os suspiros de sobremesa.
                Então o lobo teve uma ideia:
Lobo: Está vendo aquela trilha? Também vai até a casa de sua avó. É um pouco mais comprida, mas tem um monte de crianças brincando por lá. Por que você não segue por ali?
 Chapeuzinho:  que grande ideia, senhor. Vou fazer isso mesmo!
                Assim chapeuzinho pegou o outro caminho. Só que lá não havia meninas nem meninos. Ela olhou atrás das moitas, em cima das árvores, mas não viu ninguém.
Chapeuzinho:    onde estão as crianças que o senhor disse que havia neste lugar? Onde? Onde? Onde? (sai e entra o lobo)
                Enquanto isso, o lobo foi pelo caminho mais curto até a casa da avó. Quando chegou lá bateu na porta:
Lobo: TOC, TOC, TOC!
Vovó: quem bate!
Lobo: Ahan!  Sou eu, sua netinha! Vim trazer suspiros para a senhora.
                A vovó se levantou, calçou suas sandálias e abriu a porta. Quando ela viu que era o lobo e não a chapeuzinho quem estava lá, não se importou. Pois como vivia tão sozinha e esquecida achou bom ter alguma companhia.
Vovó: Ah, e você lobo! Que bom que você veio me visitar. Vivo tão sozinha que apesar de saber que veio me devorar,  terei companhia por um breve instante.
                 E de fato foi um breve instante, porque o faminto lobo saltou sobre ela e a devorou antes que ela o convidasse para um chá.
                Depois de um pequeno soluço, o lobo disfarçou-se de vovó e deitou na cama para esperar chapeuzinho.
                A menina, vinha bem devagar pela mata, colhendo flores, escutando os pássaros, brincando com os esquilos, bebendo agua das fontes e cantando sua música:
Pela estrada afora
Eu vou tão tristinha,
Não tenho mais pai
Sou uma orfãzinha.”
                Finalmente, quando chegou a casa da avó, ela bateu na porta:
Chapeuzinho:  TOC, TOC, TOC!
Lobo: Quem bate?
Chapeuzinho: Sou eu, sua netinha.
Lobo: entre minha netinha querida. Eu não via a hora de você chegar.
                Chapeuzinho abriu a porta lentamente e foi até a cama da avó. O lobo estava embaixo das cobertas e usando a toca, de modo que só se podia ver um pouco de sua cara. A menina percebendo que havia alguma coisa esquisita no ar, perguntou:


Chapeuzinho: Por que você tem orelhas tão grandes?
Lobo: são para escutar as vozes dos amigos.
Chapeuzinho: E esses olhos tão grandes?
Lobo: são para ver as pessoas.
Chapeuzinho: E essas mãos tão grandes?
Lobo: são para abraçar as visitas.
Chapeuzinho: E esse nariz tão grande?
Lobo: é para sentir o cheiro dos outros.
Chapeuzinho: E essa boca tão grande? (dizendo isso, ela se afasta e se levanta, e o lobo fica sentado)
Lobo: bem, podia ser para conversar, mas vai ser para te comer mesmo!
                E dizendo isso, o lobo fica em pé sobre a cama e prepara-se para saltar sobre a menina, quando ergue a mão e diz:
Chapeuzinho:  Quero que o senhor saiba que eu não me importo de morrer, porque sou uma menina muito triste, pois amava o meu paizinho e ele morreu.
                O lobo, que era muito emotivo, não esperava ouvir aquilo e...  
Lobo:  AHHHHHHHH! Que tristeza! Que lamentável!!! Ahhhhhhh! Pobre menina órfã!  Ahhhhhhhhh!
                A menina também ficou emocionada e poz a soluçar junto com o lobo.
                O caçador que ia passando por ali escutou aquela choradeira e resolveu dar uma olhada.
                Quando abriu a porta e viu o lobo e a chapeuzinho chorando, ele colocou balas na sua espinguarda e apontou para o lobo. Mas quando ia atirar, chegou a mãe de chapeuzinho.
Caçador e Mãe: Ohhhhhhhhhhhhhhhh (trocam um olhar como se já se conhece de algum lugar)
                Ele baixou a arma e perguntou:
Caçador: Minha senhora, por acaso, nos tempos de menina, você não morava numa casinha lá no alto da serra?
Mãe: sim!
Caçador: Pois eu era seu vizinho.
Mãe: ASTOLFO?
Caçador:  Eu mesmo.
Mãe: Puxa quanto tempo! Como é que me reconheceu?
Caçador: Na verdade eu nunca te esqueci. Confesso que eu era apaixonado por você.
Mãe: Assim você me deixa encabulada... mas devo confessar que eu também tinha uma “quedinha” por você.
Caçador: o que aconteceu com você?
Mãe: Eu me casei e tive essa bela menina. Mas o pai dela morreu... sabe?
Caçador: quer dizer que você está livre, quer dizer, viúva?
Mãe: sim, sim, sim!
                 E os dois estavam no maior bate-papo quando a avó gritou lá de dentro da barriga do lobo:
Vovó: Me tirem daqui!
Caçador: Voce nã se importa se eu tirar a vovó de dentro da barriga do lobo?
Mãe:  Não. Vá em frente!
                Aí o caçador apertou a barriga do lobo com força e a vovó saiu de lá num pulo
Vovó: muito obrigada senhor caçador. O senhor salvou a minha vida! Se bem que a minha vida é tão solitária...
Caçador: sua vida não será mais solitária, minha senhora. Pois eu vou pedir a mãe de sua filha em casamento e se ela aceitar, nós vamos morar todos juntos.
Mãe:  Pois eu aceito!!!!
Chapeuzinho: que bom! Agora vocês tem um ao outro, vovó tem companhia e eu tenho um pai!! Mas e o lobo?
Lobo: Tambem estou cansado de ser um lobo solitário. Que tal se vocês me adotassem como lobo de estimação? (todos se abraçam alegres)
                E assim todos ficaram felizes para sempre.
                O caçador e a mãe de chapeuzinho porque se cassaram.
                A vovó porque passou a ter companhia.
                O lobo porque deixou de ser solitário
                E a chapeuzinho branco porque aprendeu uma lição:
 Chapeuzinho: NINGUEM GOSTA DE FICAR SOZINHO!!!

                                                                                                                                                                            FIM

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