terça-feira, 28 de outubro de 2014

Peça teatral: FILHO PRÓDIGO


Cena 1 (casa)
Aparece a mãe e no interior da casa, arrumando as coisas para o inicio do dia.
O filho mais velho aparece em seguida.
Entra o pai senta e pega o jornal e em seguida entra a filha.
PAI: Vejam, meus filhos, que lindo dia o SENHOR nos proporciona. Poderemos trabalhar muito neste dia!
FILHA: Pô, lindo dia pode ser, mas trabalhar hoje... pra que? (toda insatisfeita)
FILHO MAIS VELHO: Pare de reclamar.
PAI: Lindo dia sim, DEUS nos proporcionou um dia maravilhoso para adiantarmos nossas tarefas. 
FILHA: Não começa pai, se não trabalharmos, não temos comida... não me vem esta história de DEUS. 
PAI: (tentando explicar) filha, o SENHOR nos dá a terra, a semente, a saúde para trabalharmos, a vida... tudo vem dele, para nosso proveito.
FILHA: (com um acesso de indignação) – O SENHOR, O SENHOR.... (pausa) Pai, isto era em mil novecentos e antigamente... cai na real! 
MÃE: Menina, veja como fala com seu pai!
PAI: (pacientemente) O que você quer, minha filha? (a Filha fica pensativa, olha para o chão. Depois fala; )
FILHA: Eu sei o que não quero! 
PAI: E o que você não quer, podemos saber? 
FILHA: Eu não quero mais viver aqui, bitolado (levanta), eu quero o mundo!
MÃE: E a família, minha filha? 
FILHA: Que família, mãe... isto aqui é uma prisão – o SENHOR isto, o SENHOR aquilo... por favor.... eu já sou uma adulta. (pausa) 
PAI: (pacientemente) Minha filha, o que você quer de fato, que podemos fazer por voce? 
FILHA: Pai, me dá minha parte da herança, eu quero administrar a minha parte... mas longe daqui... 
PAI: (se levanta)...tudo bem, faremos como você pede. Acabamos com esta discussão.
(o pai sai e a filha atende o telefone e sai)
Cena 2 
(Ficam os três na mesa. O Filho mais velho tenta falar com a Filha mais nova)
FILHO MAIS VELHO: minha irmã...
FILHA: Me larga! Me deixa! Eu sou uma mulher feita, e não um frouxo que nem tu... 
MÃE: não precisa ofender tua família, minha filha! 
FILHA: Mãe, não me entenda mal, mas o pai me trata como uma criança... eu preciso crescer, e ele me sufoca, assim eu nunca vou amadurecer.... ele já tem a história dele, eu quero fazer a minha história. (pausa) Ele é muito exigente... 
MÃE: Não minha filha, ele não é exigente, ele quer que vocês cresçam e estejam preparados para assumiram a fazenda e os negócios da família...
FILHA: Mãe, eu não quero ser fazendeira, eu quero escrever a minha história.
Sai a Filha, ficam a mãe e o Filho mais velho. Volta o Pai, com um maço de dinheiro. Volta também a mais nova. Pára em frente ao pai.
FILHA: E então?
PAI: Vamos resolver esta questão. Faremos como você quer. 
(Pai coloca o dinheiro sobre a mesa, e a Filha pega apressadamente. Confere o maço e coloca ligeiro dentro da mochila)
PAI: Minha filha, queria que levasse ...
FILHA: Pai, eu acho que tu não ta entendendo... eu to cansada de fazer o que tu manda eu fazer, o que tu manda eu pensar, o que tu manda eu ler... 
PAI: Minha filha,...
FILHA: Pai, fica com ela, pra onde eu vou, não precisarei de bíblia... 
(a Filha vai saindo, a mãe ainda tenta abraça-la.. )
FILHA: Por favor, mãe sem despedidas... 
(Ela sai. Os pais se abraçam, desconsolados. )
MUSICA E COREOGRAFIA -FILHO PRÓDIGO – SHIRLEY CARVALHAES
Cena 3 
(ela chega em São Paulo e fica admirada com aquela grande cidade)
FILHA: Preciso de algum hotel... acabei de chegar nesta cidade, e não tenho onde passar a noite... 
(Na portaria do Copacabana Palace Hotel)
FILHA: Com licença...  Quero o melhor apartamento e o mais caro também.
ATENDENTE: Pois não. A diária e de apenas 1500 reais.
FIlHA: Querida, dinheiro não é problema.
A  ATENDENTE chama a gerente  que a encaminha ao seu quarto)
Ela se admira do conforto de seu quarto, olha o relógio e decide sair para conhecer a cidade.
As amigas no bar. Chega a filha , olhando para a cidade, deslumbrado. Depois que ele entra em cena, ouve-se os risos da mesa. Ele se aproxima do grupo. )
O grupo pára com os risos e olha para ele.
AMIGA: Amiga, tu ta vindo de onde?
FILHA: De longe, bem longe, mesmo 
AMIGA: Senta aí hoje nós vamos nos divertir.
FILHA(Tira o maço de dinheiro da mochila, e pergunta:): Quanto é um refrigerante?
(a amiga arregala os olhos, junto com as meninas. )
AMIGA: Cara, hoje nos não vamos tomar refrigerante coisa nenhuma. Nós vamos é tomar uísque
FILHA: Obrigada, não conheço ninguém nesta cidade, e que sorte, encontrar vocês logo de início.
AMIGA: Sorte nossa, não é meninas? 
(E todos se olham cúmplices. )
(a Filha e as garotas estão sentados, gargalhando. Saem e vão dançar.
AMIGA: Cara, será que tu poderia me emprestar uma grana, semana que vem, eu te pago...
FILHA: (meio tonta já com a bebida) pode pegar, meu amigo.... 
(O amigo pega da mochila uma maço de dinheiro. E põe nos bolsos. )
FILHA: (não se sentindo bem)
AMIGA: Cara, deixa que a gente de ajuda... amigos é para isso.... 
(deitam ela no chão e  saem roubando tudo o que tinha. Entra a gaçonete acorda ela pra sair do bar)
FILHA: Nossa, que dificuldade.... meu dinheiro acabou.... preciso arranjar alguma coisa para fazer... 
a amiga vai passando, e vê a filha , e desvia para outro lado. Ela a vê, e vai ao encontro dela.
FILHA: Cara, que bom que te encontrei. ( amiga com cara de contrariado)... cara, eu to falida... sabe, aquele dinheiro que te emprestei.... não podia me adiantar uma parte dele.. 
AMIGA: Não me fale em dinheiro.... meu pai e minha mãe vivem brigando por causa do dinheiro.... cara, não tenho um centavo....
FILHA:  precisa me ajudar... quem sabe se eu ficasse na tua casa?
AMIGA: Ta louca, lá em casa está o maior banzé... não tem jeito, lá em casa de maneira alguma. 
FILHA: Mas eu estou precisando da tua ajuda.... 
Volta para o hotel e dorme. No outro dia, levanta e vai a praia. Lá encontra outras amigas que a chama para jogar baralho e  ela perde parte do dinheiro.
FILHA: Preciso da ajuda de vocês... estou com sérios problemas... 

AMIGA 1: Que houve? 
FILHA: Estou falida.
AMIGA 2: Obrigado por nos avisar.
(E saem rapidamente três. a Filha fica desolado. Procura a simpatia da platéia. )
FILHA: - Estou falida... abandonada... que será de mim? as amigas, nada, eram umas aproveitadoras. (Pausa ) E agora?
sai e logo em frente e assaltada e perde a sua bolsa com o que lhe resta.
Volta ao hotel onde e despejada
FILHA: - E agora não me restou mais nada! Vou procurar um emprego pelo menos pela comida.
Sai pedindo emprego aos pais da plateia até que encontra uma granfina dona de fazenda
CENA 7
(Entra a Granfina, e a Filha se aproximam dela. )
GRANFINA: Que significa isso? Não se aproxime de mim...
FILHA: Senhora,por favor, não me entenda mau... estou com fome 
GRANFINA: Fome, fome, é só isso que pobre sabe dizer. Se eu for ajudar todo mundo que tem fome, eu vou acabar pedindo esmola na rua, também. Vai trabalhar, vagabunda...
FILHA: Senhora, por favor, me ajude... eu posso trabalhar pela minha comida... 
GRANFINA: Olha, eu sei que vou me arrepender... mas posso tentar arrumar alguma coisa para tu fazer na minha fazenda.  Vem, vou te arranjar algo para fazer
FILHA: Obrigada, Senhora! 
(Saem, e a filha vai levar a comida dos porcos)
FILHA: Estou com fome, meu patrão não me paga... 
(Nisso chegam a Granfina)
FILHA: Senhora, Senhora, por favor... pode me pagar... estou com fome... 
GRANFINA: Fome, fome... pobre vive para comer...
GRANFINA: Vamos ver o que me sobrou... mas te aviso, não é muito não...
(Granfina procura nos bolsos, há um clima de expectativa no ar... e tira umas moedas dos bolsos e joga no chão... o Filha cata as moedas... humilhada... junta as moedas, de joelho... )
FILHA: Senhora, isso não dá um almoço... 
GRANFINA: Sua ingrata! (E sai)
a filha  pega o balde da comida dos porcos, olha, olha...
FILHA: Estou com fome, fui enganada e explorada, só me resta acabar com minha fome comendo esta ração dos porcos. 
FILHA (falar pausadamente): Eu aqui, em dificuldades, rejeitada, explorada, com fome, na casa de meu pai, até os empregados tem o que comer, e eu aqui... neste estado (pausa )
FILHA: Mas, me levantarei, e irei ao meu pai e direi : “Pai, pequei contra DEUS e contra Ti, não sou digno de ser chamado tua filha, mas me trata apenas como um dos teus empregados...”
(Se levanta e sai.... )
CENA 8
O Pai entra em cena. Senta à mesa. Aparece a MÃE: . Passa as mãos pelas costas do Pai. Silêncio.
MÃE: Estás com saudade?
(Pai em silêncio, acena positivo. )
MÃE: Ele voltará, confie em DEUS.
PAI: É só isso que tenho feito... mas tem sido difícil 
(A Filha aparece na porta, cambaleando e cai nos pés da mãe. Que a braça e beija.  )
a  filha vem se aproximando do pai...)
PAI (gritando ): É minha filha, É minha filha
(Pai sai ao encontro da filha. com a filha ajoelhada)
FILHA: Pai,... (pausa) pequei contra DEUS e contra Ti... não sou digno de ser sua filha... 
PAI: rápido (para a mãe) rápido... traga roupas para minha filha e mande preparar a mesa.... rápido
(e vem nisso o Filho mais velho. )
FILHO MAIS VELHO: Que motivo desta agitação toda? 
MÃE: Tua irmã voltou e teu pai está feliz.
FILHO MAIS VELHO: Minha irmã voltou e meu pai a recebe com alegria... aquela esbanjadora... aquela... aquela (com fúria)

PAI: Meu filho, vem, se alegre conosco...
FILHO MAIS VELHO: Mas, pai... 
PAI: Meu filho, nos alegremos, esta tua irmã estava morta e reviveu, estava perdida , e foi encontrada... venha, meu filho.
E ambos entram, os irmãos se abraçam. Todos se abraçam.
Fim. 

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